Em setembro de 2022, Ed Wilson Rodrigues, conhecido como Doutor Rodrigues, renunciou ao cargo de vice-prefeito de Vargem Alegre, cidade a 50 km de Ipatinga. Indignado com a administração da cidade, ele optou por não disputar o pleito este ano, alegando uma série de irregularidades que culminaram em sua decisão de afastar-se neste momento da política local. "Não poderia compactuar com tamanhos desmandos e desrespeito com a população", afirmou o ex-vice-prefeito.
Entre as denúncias mais graves feitas por doutor Rodrigues está a promessa não cumprida de implantação de um posto de saúde com médico 24 horas. Apesar de Vargem Alegre ser conhecida por formar muitos médicos na região; ironicamente, o serviço nunca foi efetivado. "É um absurdo que as pessoas precisem se deslocar até Entre Folhas para atendimento médico básico", criticou. Além disso, a falta de medicamentos e a demora na realização de exames, muitos deles de urgência, são outros pontos que, segundo ele, revelam a precariedade da saúde pública local. "Em casos graves, exames levavam até seis meses para serem realizados. Uma falta de humanidade."
Outro motivo de sua renúncia foi o não pagamento do piso salarial da enfermagem, com pagamentos realizados apenas a "apadrinhados". Doutor Rodrigues também expôs a retenção de R$ 120 mil, que deveriam ter sido destinados a famílias atingidas por enchentes. "Enquanto muitas pessoas não receberam um centavo de ajuda, a administração simplesmente devolveu o valor", denunciou, revoltado com a negligência.
Rodrigues também apontou a falta de critérios para a distribuição de cestas básicas pelo CRAS. "A ajuda era destinada apenas para quem eles queriam", destacou, reforçando as práticas de favoritismo. Além disso, ele acusou a gestão de cortar o pagamento de insalubridade para servidores que trabalhavam com materiais perigosos, sem apresentar justificativas válidas. A situação culminou em demissões arbitrárias de varredoras do Projeto Dona Sinhá, que não aderiram à campanha da atual prefeita.
Por fim, o ex-vice-prefeito denunciou a doação irregular de bloquetes, que deveriam ter sido usados no calçamento de ruas, para particulares. "A população foi traída em diversos níveis", concluiu Rodrigues, frustrado com a administração que, segundo ele, falhou em cumprir suas obrigações básicas.
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