Estudos mostram que desempenho das escolas públicas é igual ou melhor que aquelas em processo de privatização pelo governo Zema
O movimento que visa, segundo o SindiUTE, privatizar o sistema educional em Minas, vem sendo frontalmente combatido pelo sindicato que reúne os profissionais do Estado. Em das próximas etapas será o Dia D, marcado para o dia 22. A programação inclui a "Banca da Educação" e Aulas Públicas em escolas estaduais, como estratégia de conscientização e defesa da educação pública. O SindUTE explica que o objetivo é alertar a população sobre os impactos negativos da parceria entre governo e organizações privadas na gestão das escolas.
Segundo o sindicato, o Projeto Somar, implantado experimentalmente em algumas escolas de Belo Horizonte, busca transferir a administração escolar para Organizações da Sociedade Civil (OSCs), com previsão de expansão para todo o estado. A iniciativa enfrenta críticas por envolver dados sensíveis da comunidade educacional e promover uma gestão que, segundo os opositores, desumaniza as relações escolares e precariza o trabalho dos profissionais da educação. Além disso, argumenta-se que a privatização desconsidera o bom desempenho das escolas públicas mineiras em índices como aprovação e permanência estudantil.
Para fundamentar sua tese, a entidade cita uma série de estudos do Dieese, que mostram que, em diversos indicadores, as escolas públicas têm desempenho igual ou superior às privatizadas. Segundo o sindicato, alguns estabelecimentos apresentam índices de aprovação próximos a 100%, questionando a justificativa de que a privatização melhoraria a qualidade da educação. Para especialistas, como o economista Diego Rossi, o governo deveria adotar as práticas bem-sucedidas dessas escolas para elevar o desempenho da rede, em vez de terceirizar a gestão.
O cientista político Rudá Ricci alertou que o Projeto Somar não representa um "Estado mínimo", mas sim uma captura do Estado pela iniciativa privada, onde dados sensíveis dos estudantes são acessados e podem ser usados para fins não educacionais. Ele ressaltou que essa prática contraria os princípios de livre concorrência, configurando um monopólio que afeta a democracia e compromete a autonomia da educação pública. Ricci argumenta que a privatização reduz o papel das lideranças escolares, essenciais no envolvimento social e na identificação de necessidades das famílias.
Para combater o avanço do Projeto Somar, o "Dia D", segundo o SindUTE, visa mobilizar a comunidade escolar, ampliando o debate sobre os riscos da privatização e defendendo o caráter público da educação em Minas Gerais. Com ações em diversas cidades, o objetivo é esclarecer os reais interesses do governo estadual e promover uma gestão educacional que respeite as necessidades da comunidade e a integridade dos profissionais da educação.